China: "Distribuição da riqueza longe de satisfatória"

Um jornal chinês reconheceu hoje que "a distribuição da riqueza e a igualdade social estão longe de ser satisfatórias" na China, mas rejeitou a possibilidade de uma sublevação popular, salientando que o país pagou "elevado preço pela revolução".
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"A China não é um paraíso social. (...) Os chineses têm, de facto, muitas queixas. Isso não significa que eles queiram uma sublevação social ou mudanças subversivas", diz o Global Times num editorial intitulado "China tem suficiente memória do caos".

Referindo-se às mensagens na Internet apelando para protestos tipo "revolução jasmim" em Pequim e noutras cidades chinesas, o jornal afirma que a China pretende "resolver os seus problemas pragmaticamente" e "através de reformas graduais".

"Há mais de trinta anos que a China está envolvida nesse processo [de reformas graduais]. É impossível ultrapassar isso em nome de outra revolução", acrescenta.

Publicação em inglês do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês, o Global Times salienta que a memória da contínua "agitação" que marcou os primeiros 30 anos da República Popular "ainda está profundamente gravada na sociedade chinesa".

"A revolução catalisou [o nascimento de] uma nova China, mas a sociedade também pagou elevado preço pela revolução", diz o jornal.

A República Popular da China foi proclamada no dia 01 de outubro de 1949.

No final da década de 1970, o PCC decidiu romper com o radicalismo do passado e adotar uma nova políitica, de "reforma económica e abertura ao exterior".

Desde então, a economia chinesa cresceu em média 10 por cento ao ano e em 2010 tornou-se a segunda maior do mundo, logo a seguir à dos Estados Unidos.

O fosso entre ricos e pobres, no entanto, acentuou-se e pelos padrões da ONU, cerca de 150 milhões de chineses (11 por cento da população) vivem ainda abaixo da "linha de pobreza" (menos de um dólar por dia).

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